Wednesday, September 28, 2005

love me two times

já não me importa mais se está certo,
estou cansada de pensar demais,
tomar decisões vazias.
o que posso dizer?

- que seja eterno enquanto dure...


the time to hesitate is through
there's no time to wallow on the mire
try now we can only lose
and our love become a funeral pyre
come on baby light my fire
come on baby light my fire
try to set the night on.. fire

Monday, September 26, 2005

aponta pra fé

talvez seja a onda de inquetude que ronda os meus amigos,
mas eu quero mesmo, e que seja agora.
quero uma banda de novo,
quero o sarau,
quero todas as coisas lindas que tocam a alma,
quero todos os planos cuspidos no sábado a noite,
todas as lágrimas que vão cair,

quero a vida até o fim.

quero me divertir mais com vcs, que fazem sempre um sorriso. mesmo que seja na fúria do vazio, na contradição eterna,
já não importa tanto assim mais.

sobre estar só,
eu sei
nos mares por onde andei... devagar
dedicou-se, mas
o acaso a se esconder
e agora, o amanhã

cadê?

Saturday, September 24, 2005

a que será que se destina

quem é você
pra me chamar aqui
fingir que nada aconteceu, me diz
foi só amor
ou medo de ficar sozinho outra vez?


vontade de passear pela cidade de bicicleta hoje. de nao exitirem mais ruas e nem carros, só pessoas.

Thursday, September 22, 2005

back to the stars

dia cheio.

despertador que não existe. vinte minutos no ponto. nomadismo que incomoda de fabio malini. filosofia que dá nó no cérebro. aula perdida com assembléia. reunião furada. almoço com todo mundo. beijo com gosto de feijão. últimos dois reais em xerox. labcom a tarde inteira sem preocupações. reunião de formação de chapa pro ca. quatro esfirras deliciosas e mais o refresco. as histórias mais divertidas de todas de léo viso. bom humor até o fim.

Tuesday, September 20, 2005

de outras paisagens

um brinde ao dia muito estranho em que nos encontramos, vulgo 20 de setembro de 2005.

sim. o dia amanheceu cinza, estava muito frio no meu quarto e muito quente na rua. a aula foi boa, eu estou com uma vontade incontrolável de entrar na biblioteca e devorar livros, tirar xerox, mas ela ainda está fechada. ok. quando eu estava indo embora, algumas coincidencias - que de algum modo foram estranhas. uns timings errados, perdidos no tempo. e eu odeio essa coisa de timing, sempre tá tudo errado. fiz uma coisa que eu queria ha tempos: pegar um onibus e ir pra outro lado, que nao seja o de todo dia. andar bastante, ver pessoas, lugares, conhecer a outra cara da cidade. fui até a faesa, e foi assim, do jeito que se imagina onibus que vai pra lugar pobre: crianças chorando no onibus, pessoas feias e aparentemente sem vaidade, pessoas cansadas, olhos fundos, velhos, uma mãe bem jovem com três filhos mais ou menos da mesma idade, as crianças sem camisa, suadas e sujas. o bairro (ou os bairros) é assim: nunca acaba. existem pelos menos uns 5 são pedros. as casinhas são pintadas com tintas pálidas, amontoadas, algumas são só de tijolo. existem muitas lojinhas que vendem de tudo, muito botecos, salões de beleza em que há menos beleza. mas de algum modo, o bairro tem um clima gostoso; das pessoas que vivem lá, felizes de seu modo, das crianças que brincam de pipa na rua, dos velhos que contam as histórias antigas, das moças que lavam roupa, existe um quê de sentimentos bons, ar puro, que faz São Pedro ficar bonita a seu modo. quando desci do ônibus, eu estava num lugar totalmente estranho pra mim e nunca me senti tão perdida por pelo menos uns 10 segundos, sem saber mesmo o que fazer, porque a faesa nem dava sinais de onde era. foi quando a moça loira que saltou junto comigo me perguntou: voce sabe onde é a faesa? ela é mãe de uma menina surda e estava indo na faesa fazer um exame no centro clínico. quase paguei o cartao telefonico pra ela, mas tinha pouco dinheiro. ela foi pelo caminho me contando que morava com três velhinhas e tomava conta delas, fazia comida, dava banho e botava pra dormir, e ela estava cansada hoje porque uma das velhinhas tinha ficado contando histórias pra ela a madrugada toda. acho que de algum modo ela não gostou de eu a ter acompanhado até a faesa, porque foi embora sem olhar pra trás. o cara simpático da guarita me deu carona até a biblioteca num caminhãozinho velho. fiquei três horas pesquisando, mas três horas que pareceram uma, no máximo. enfim, quando já estava anoitecendo, tentei ver o por-do-sol - que lá deve ser lindíssimo - mas pra mim, o sol nao saiu hoje. a manhã só foi manhã porque assim foi decidido e o sol nao se pôs: simplismente escureceu. ainda bati um papo com a moça do carrinho de pipoca e peguei um 302 até a ufes. cheguei lá e tudo aconteceu ao contrário do que eu achei que ia ser. todas a conclusoes ruins que eu tinha tirado de manhã, e agora parecia que era tão ruim que eu queria esquecer e viver até o fim só. mas nada aconteceu. a aula acabou cedo, caiu uma chuva brutal, e por fim, meu tio-avô morreu e os sentimentos que me invadiram foram de tal modo estranha que tudo que eu quero agora é ficar quietinha só eu. eu passei a tarde inteira só comigo, pensei demais - eu sempre penso demais quando fico sozinha - e eu só não me basto. preciso de todos pra não divagar demais e enlouquecer, ver de um modo áspero toda a realidade que pode ser tão mais fantasiosa. mamãe e vovô viajam amanhã de manhã e tá chovendo e eu tenho medo de avião por todos que neles viajam. sim, foi um desabafo, que ensaiei durante todo o dia pra fazer. vontade de me jogar lá pra longe e não(?) voltar.

sem par

a noite invade escura,
enquanto o céu desaba.

nada passou de desejo perdido no ar.

Sunday, September 18, 2005

para constar

...et le week-end a été très bonne!

festinha na ufes, cordel do fogo encantado, centenario, amigos, etc.
amo muito. todos vcs.

[do cordel]
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

Thursday, September 15, 2005

perhaps

A million times I ask you,
and then
I ask you over again,
you only answer
perhaps, perhaps, perhaps.
If you can't make your mind up,
we'll never get started.
And I don't wanna wind up being parted,
broken-hearted.
So if you really love me,
say yes.
But if you don't, dear,
confess.
And please don't tell me
perhaps, perhaps, perhaps.



tem umas músicas às vezes que são perfeitas pro momento.

Tuesday, September 13, 2005

enecom 2005

...sob a ótica de uma menininha qualquer.

(sem detalhes, porque detalhes e histórias se contam ao vivo)

1. das primeiras impressões
que nós vamos dormir numa sala junto com nossa delegação e milhares de outros estados do nosso lado. Que a comida do ru é boa mas o arroz tem um gosto estranho. Que eu estou de ressaca moral ainda, mas daqui a pouco passa. Que o banho é no banheiro coletivo, eu estou de biquíni e tenho vergonha de tirar, mas que se foda, ninguém se importa mesmo. Que eu não sei onde estão as cantinas desse lugar. Que eles falaram de revolução socialista no primeiro painel e eu estou com medo. Que será que eu sobrevivo até o fim e as expectativas são bem grandes.

2. dos painéis
olha como eles fazem discurso bonito. Eu anoto tudo, sabe, talvez assim eu aprenda, nem que seja por osmose. A discussão é sempre interessante, a Heloísa Helena fala frases prontas mas empolga todo mundo, o vereador do RJ responde tão bem as perguntas. Eu tenho problema com nomes, nunca consigo lembrar nenhum nome e como vai ser isso na minha vida se eu não lembro os nomes dos palestrantes e autores?
Comunicação alternativa é o que há. Sou ingênua e me levo pela fala dos outros mesmo, vamos fazer uma rádio livre pela internet e entrar no site do centro de mídia independente (http://www.midiaindependente.org/) porque é tão interessante.
Cultura popular tinha tudo pra ser ótimo mas os caras todos falavam com o mesmo tom de voz e o ícone da cultura alagoana só falava que a história do Guerreiro Treme Terra é lindo, é bater o pé no chão, é cantar e é uma beleza e não dá pra contar a história aqui e contou sobre a família e tudo mais.
Qualidade de formação deve ter sido muito bom... a quarta feira foi livre e nós fomos na praia, porque sim, nós também fazemos turismo mesmo sendo “interessadinhos” nos espaços e tudo mais e aí chegamos tarde e só vimos a parte das perguntas e a professora explicava tudo com uma empolgação grande e acabou sendo interessante.

3. das festas
E agora vem a expectativa e minha comparações com o enep são inevitáveis, mas aqui é alagoas e nós estamos tão longe quanto podíamos estar da nossa terra. Aqui não tem Na Palma, mas tem Dr. Charada, não tem Xamã do Raul mas tem Urubu e alguma coisa (eu sou realmente péssima pra nomes) e tem maracatu com rock e é muito legal a tal da banda Mr. Frizo. O engraçado é que eles vendem tudo como frozzen, é eles batem tudo com gelo e minha garganta acabou depois de 7 dias bebendo gelo. A cerveja sempre acaba no auge do rock e sempre chega quente e as pessoas que bebem cerveja desanimam um pouco. Quando a gente menos espera o pernambuco resolve fazer festa e o espaço das “cantinas” fica lotado e pessoas de todos os tipo, carros de som brigando, nossos amiguinhos de lá falando com a gente, melzinho com cachaça e tudo mais. Sim, a bahia tentou, mas as “cantinas” são o espaço que o pessoal gosta e todo dia alguém procura por festa lá. Os olhares se cruzam o tempo todo, eles querem e elas querem mais, mas o encontro tem 1500 pessoas e eu não sei onde elas estão.

4. dos espaços
Foram bastante interessantes, é eu digo. Desde montar a rádio livre no ru até trocar experiências de currículos com pessoas do Brasil todo. Aprender a jogar malabares foi divertido e cantar, andar e cruzar a Ufal todos os dias. As coisas aconteciam ao mesmo tempo e a gente ficava triste que não deu pra ver os curtas direito. E a democracia até funciona, mas dá um trabalho imenso e requer tempo que ninguém agüenta (mas isso não é regra). De incitar uma discussão sem querer a meia noite na cantina e ficar até as 2 da manha sem momento de ver o fim foi divertido – e isso sim, é estranho.

5. do enecom
(e esse texto foi escrito lá, no final)
Dias de caneca. De viver junto só com os amigos. De deixar pra trás tudo que eu quero esquecer e não consigo nunca. De sentir uma parte a menos e ganhar algo a mais. De amor efêmero e de algum modo marcante. De sentimentos estranhos, de sorrir, estar e não ser. Da saudade de qualquer coisa perfeita, de viver sem nenhum contato com eles daqui. Chega ao fim, mas não quero. As pessoas há muito estão cansadas, as atividades esvaziadas, mas voltar pra quê. De viver no mundo de cá que parece fantasia, ilusão diferente, de saber de muitos.
A comida do RU já quase enjoou e a rotina já é quase gostosa. Finalmente as pessoas se conhecem e conseguem já cantar juntas. As camas estão cheias de areia, a bagunça toma conta do espaço, é quase impossível viver aqui. Mas as pessoas não ligam, botam seus óculos escuros, andam por aí e hoje é dia de saia, mais um dia depois dos tantos de festas, debates, confusões e confraternizações.
Já saudades.

Monday, September 12, 2005

dos ventos de lá

sentimentos estranhos na noite tão acochegante da minha casa de volta.

tristeza nos olhos por aquele que conheço tão bem, mas jurei nunca pensar;
saudades de alguém que conheço tão pouco;
moço de lá que está longe, longe, longe.

[não me culpem]

o relato do enecom vem mais tarde.

cheguei.

Friday, September 02, 2005

can't stand me now

não acreditem nas minhas palavras sempre.
nem eu acredito mais.
eu nunca resisto.


tô indo pra terra de lá... passar 11 dias que talvez sejam, no mínimo, bem interessantes.
tô chegando em Maceió domingo de amanhã.

até dia 12! :]