Thursday, October 27, 2005

Culture Jamming

taí algo que é extremamente interessante e nem tão longe da nossa realidade... é grande mas vale a pena.

post em homenagem as queridas publicitárias vendidas... especialmente dona maria e fernandinha

Culture Jamming é o nome que se dá à prática de parodiar peças publicitárias e utilizar os outdoors adulterando e alterando suas mensagens de forma drástica. Considerado um dos maiores expoentes nessa prática, o americano Rodriguez de Gerada prefere a expressão “arte do cidadão”, e não “arte de guerrilha”. Ao contrário dos publicitários, afirma Rodriguez, esse trabalho implica uma discussão quanto às políticas de espaço público na comunidade em que for colocado.
Os adbursters (ou subverting, subversão da publicidade, como são chamados em Londres) acreditam que o público tem o direito de responder às imagens que nunca pediram para ver. O termo culture jamming foi cunhado em 1984 pela banda americana de audiocolagem Negativeland. Mas a questão vai muito mais longe, “tentar apontar as raízes da culture jamming é quase impossível, em grande parte porque a prática é em si mesma uma mistura de graffite, arte moderna, filosofia punk faça-você-mesmo e molecagem antiquíssima”.
Robin-hoodismo semiótico, é disso que parece se tratar aqui, sugere Naomi. Seus militantes não acreditam mais que o espaço livre de propaganda pode ser conseguido pacificamente. “A culture jamming rejeita frontalmente a idéia de que o marketing – porque compra sua entrada em nossos espaços públicos – deve ser aceito passivamente como um fluxo de informação unilateral”.
Radicalizar a verdade na publicidade, produzir contramensagens que interferem com a comunicação do anunciante para revelar a verdade mais profunda oculta nos eufemismos publicitários. Seus trabalhos vão de paródias de propagandas à interseções no outdoor original.
“(...)A única ideologia que une o espectro de culture jamming é a crença de que a livre expressão não tem sentido se a cacofonia comercial aumentou ao ponto de ninguém mais lhe ouvir”. Ninguém pode negar o bombardeio a que somos submetidos. Lembrem-se da patética superexpsição do nu feminino na propaganda, nos filmes, nas novelas… Não se trata nem de menosprezar a nudez do corpo nem a nudez feminina. Também não se trata de pura e nefasta tentativa de diminuir as mulheres que acreditam numa busca da beleza ideal. Entretanto, temos que admitir que fomos tão intoxicados com a avalanche da mesma representação do mesmo ideal de beleza, que estamos nos tornando insensíveis ao fato de que se tratam de representações e não da realidade viva dos corpos. Na crença de que este ideal é um produto à venda no mercado, nem cogitamos mais na hipótese de que beleza talvez seja um estado de espírito. Estamos narcotizados com esta “cacofonia comercial” que diz que a beleza pode ser comprada !!!
A reação a essa cacofonia comercial levou a culture jamming a se espalhar em redes de organizações coletivistas de mídia. Descentralizadas e anárquicas, combinam a subversão da publicidade com a publicação de zines, rádios piratas, vídeos ativistas, desenvolvimentos na internet (o que inclui hackers invadindo sites de grandes corporações) e militância comunitária. Vejamos um exemplo. Trata-se da questão do cigarro, mas imaginem quanto resta a ser feito em relação ao machismo presente na propaganda que utiliza o nu feminino ?
“Uma culture jam bem divulgada surgiu no outono americano de 1997 quando o lobby antitabaco de Nova York comprou centenas de placas publicitárias de táxis para apregoar as marcas de cigarro ‘Lodo da Virgínia’ (Virginia Slime) e ‘País do Cancêr’ (Cancer Country). Em toda Manhattan, quando os táxis amarelos ficavam presos nos engarrafamentos, as propagandas jammed se acotovelavam com as das empresas de cigarros”.


mais em:
http://www.afm.org.br/artigo17a.htm
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/03/248962.shtml
http://www.rizoma.net/interna.php?id=135&secao=intervencao
http://www.ladonegro.net/cat_activismo_liberdade.html?page=5




contracultura é o que há. me sentindo agora militante contra a ditadura (nããão!). mas sempre lembrando que eu sou "militantezinha de merda", aqui se encerra o post em homenagem a minha queridas publicitárias vendidas... :***

Wednesday, October 26, 2005

tempo mano velho

dona luh adverte:
formar chapa pro CA causa stress, cansaço mental, e afastamento dos amigos queridos.


desânimo da vida. agora tudo pesa demais.
acontece que eu não queria ter visto esse lado de ninguém. não queria que tudo acontecesse do jeito que está acontecendo, não queria que já começasse errado pra mim. é muito dificil ver tudo sufocando muito rápido e não ter tempo de reagir. talvez seja esse o grande aprendizado que eu tanto ouvi falar. mas estou com medo, muito medo do que pode vir. mais do que nunca, as dúvidas...
nhá.

Thursday, October 20, 2005

hard to explain

toques no piano que escorrem dos meus olhos. se esvaem das mãos. eu sorrio, mordo as unhas. ensaio um olhar discreto. espero cheiros cheios de intenção. saudades estranhas me esperam. barulhos que pesam no ar. eles me deixam aqui, fico sozinha mas ainda assim não tenho medo. poderia estar no balanço da estrada, com os sorrisos, com o brilho nos olhos. mas agora só a lua brilha, som dos olhares no chão. as construções em ruínas. carros, ruas, luzes, tudo rápido, imagens, sua boca e no ventilador vermelho rodando o barulho constante. iconofagia em sonho. me perco nas imagens que rodam. silêncio. você do meu lado na cama e os nossos olhos fechados.

Oh, we shared some ideas
All obsessed with fame
Says we're all the same
Oh, I don't see it that way
I don't see it that way

Monday, October 17, 2005

assim se passaram dez anos

eu sei que essas duas últimas semana passaram em cinco segundos e que foram tantas as coisas que aconteceram. não vou dizer que eu passei mais de uma semana sem escrever aqui porque simplismente não tenho inspiração pra escrever. não vou pensar que a nossa chapa pro CA tá inscrita e agora aponta pra fé e rema.

enfim, não podia deixar passar em branco.

é complicadíssimo começar. não sei bem o que dizer... é só uma mistura de vários sentimentos de intensidade variante. foram tantas milhares de coincidências desde algum tempo atrás. e hoje sim, é o dia que faz dez anos que meu pai morreu e amanhã é o dia mundial da democratização da comunicação.
imaginei de várias formas como seria se ele ainda estivesse vivo. de como seria minha relação com ele, de como eu seria, do susto (ou orgulho) que ele tomaria quando eu falasse: "pai, vo fazer vestibular pra jornalismo", o quem sabe eu até estivesse fazendo outro curso. será que eu iria morar aqui, estudar nos mesmos lugares, passar na ufes... não sei. talvez minha vida fosse muito parecida com o que é hoje, talvez fosse completamente diferente.
é, esse post é bem desconexo só pra jogar uns pensamentos soltos, uns desabafos. essa semana pensei tanto nessa coisa de tempo. porque as duas últimas passaram rápido demais, e o semestre daqui a pouco tá acabando e é assustador pensar que de repente eu to no terceiro período. cara, eu acabei de entrar na ufes! e já tem dez anos que a gente vive sem o Seu Paulo aqui em casa. eu ainda lembro de várias coisas, dos domingos a noite, das praias, das manias, apesar de não prestar muita atenção nesses detalhes... afinal, eu era só criança. eu tinha só oito anos. e eu lembro de me pegar chorando na cozinha há uns dois anos atrás de saudades. e agora vem a mesma vontade, mas junto com uns outros tantos sentimentos.
e aí nós estamos fazendo o espetáculo-homenagem no fim do ano, e várias coincidências bizarras estão acontecendo, e de eu sentir - e eu não acredito muito nessas coisas - que ele quer que eu também esteja participando do projeto. do tipo a gente adaptar o conto "A Noite em que John Lennon morreu" pra teatro e marcar o espetáculo exatamente no dia em que ele foi assassinado. e isso foi sem querer, só percebemos depois.
pelo menos fica registrado aqui que, há dez anos atrás, morria um cara que tão cheio de idéias inacabadas poderia tanto contribuir com a cultura capixaba. com o jornalismo já não sei bem...

acho que o relato ficou muito superficial. mas é, não estou inspirada esses dias.

por fim, pra saber mais sobre a vida
leiam o Caderno Dois de hoje, que tem o mesmo título desse post.

Sunday, October 09, 2005

silenciosamente

como resistir à vontade de ouvir música sem parar,
de esperar o telefone tocar,
de ficar conversando a tarde inteira,
de ir no cinema,
de ver televisão,
de ler o livro que eu quero,
de estar com meu alguém especial,
de sair pra comer sushi.

ainda assim tenho que estudar pras duas provas que se aproximam essa semana...

a vontade de não fazê-lo é infinita.
Nada de Jesus Martin-Barbero e suas idéias confusas.
Nada de palavras complicadas em francês.

medo de jogar tudo pro alto e a vontade imensa toma meu corpo.
o vento vai dizer lento o que virá.

Monday, October 03, 2005

fora da ordem

do nosso amor, a gente é quem sabe, pequena.
[sem saber que o fim já vai chegar]





fala poesia baixinho no meu ouvido.

Sunday, October 02, 2005

a vida é curta pra ver

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu não sei quem sou

Eu escrevo e te conto o que eu vi
e me mostro de lá pra você
guarde um sonho bom pra mim


quando achei que estava tudo assim, diferente, me senti do mesmo jeito. considerando os sentimentos diversos, pensando nos outros,
acima de mim.
afinal, a gente não consegue mudar facilmente a essência.


pra nós, todo amor do mundo.
pra eles o outro lado.

to com saudades de algo que posso ter destruido.
aquelas decisoes estranhas do dia a dia.

sempre eu.



experimentações

Nada é verdadeiro, tudo é permitido! Este mote, geralmente atribuído à fantástica figura de Hassan-i-Sabbah, é o estandarte da mais jovem das correntes mágicas ocidentais: a Magia do Caos. Transcendendo o conceito ortodoxo de "ocultismo", os Caoístas procuram transmutar todos os aspectos de sua existência em atos deliberados de criação, destruição e diversão. Para isto, misturam Magia, Ciência e Arte, evitando sempre cair na armadilha de levar qualquer coisa demasiadamente a sério. Seja bem-vindo às marés do Caos, onde todo homem é Shiva e toda mulher é Kali.


essa sou eu, que ouvi tantas idéias essa semana. de outros pensamentos, de ter uma visão de mundo sendo mudada, de estar perdida. e a internet é um mundo caótico de veiculação de informações e existe tanta coisa que cansa só de pensar.


www.rizoma.net

*em homenagem a Betão e Graize.