Sunday, November 23, 2008

Continua chovendo na cidade cinza. continua sem gosto respirar o ar, continua pastel as cores da foto.
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Eu pensei que um ano se passaria rápido, sem sofrimentos, e agora me encontro aqui: nesta mesma casa de quatro anos atrás, mas já sem a alegria de começar uma nova fase da vida. Agora tudo parece estar acabando, eu pareço estar acabando.
E nós continuamos presos, cada um em sua casa, tudo alagado, sem tons, sem contrastes, sem contrastar-se com a paisagem, ou com o céu, que chove sem parar. Fome de um dia que não vem após o outro, da confusão da cidade que arde, ou que não arde nesse fim de domingo cansativo e pesado, debaixo de tanta água, de tanta sede, de tanto querer que se perde.

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Um ano sem nada a dizer. Guardando as palavras mal digeridas dentro de mim, tudo por nada, tempo que passa e não volta, merda, merda, fiz tudo errado. Ou será que aconteceu errado, sem mim, mesmo sem eu querer?

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Um beijo, um destino, tudo por uma possibilidade... valeu a pena? Percorro meu corpo tentando causar sensações proibidas... fica tão mais bonito na música. "Wondering stars... for whom it is reserved". Ninguém mais me vê, estou em todos os carros, não vejo saída, encerrada nesse quarto mal iluminado. E a chuva, que não acaba mais, tudo acabando. Um banho, uma cachaça, um filme: mais um fim de domingo.

Wednesday, September 17, 2008

setembro

eu gosto mesmo, assim, de espiar. olhar nos pequenos e curtos buracos de fechaduras, observar movimento, cores, sentimentos. claro, da minha cabeça sempre salta qualquer desenho perdido na rotina, crio histórias animadas que ninguém nunca vai ver, só existe no fluxo, num lapso de momento (acabou).
gosto das histórias diárias que chegam a mim na mesma correria que se esvaem, uma atropelando a outra, ainda que se deixando marcar - ou marca-me depressa? Cinco chuvas, céu cinza tão claro como seus olhos, como sua cidade, aí do outro lado do rio... rio agora de setembro, mais em breve só de outubro, talvez me guarde, me perca; só espero - não agora - um dia comer caetano nas linhas tortas da sua calçada mais famosa: o mar!

Wednesday, June 11, 2008

Há seis meses atrás
era tudo saudade, romance, dúvida. E agora o ato de chegar às sextas-feiras com pouco furor nos causa estranheza. Como manter esse ritmo de se perder e se encontrar em poucos minutos? Como já não nos basta essa cidade de cabeças vazias e poucos amigos, de pôres do sol rosas, rosas pelo chão, sacolas voando pelas ruas nos dias frios... agora se foram seis meses, seis mil apertos no coração, cinco mil e trezentos sorrisos - por vezes forçados - e agora morro por dentro a cada segundo, pelo que antes não era... ou era e eu não sabia? A verdade é que agora já não sei mais se sou eu que me perco no meu escasso tempo.... não sei se crio vazios intencionais para suprir a falta de vida do meu lugar. São incontáveis noites e noites... e nada, de novo. Agora seis meses depois... qunado for sete, serão flores de outro clima, talvez de poucas dores.