Agora, agora mesmo já está amanhecendo, mais uma vez... Mais um domingo. "Domingo é dia de ver o domingo passar...", frase do ano.
Era domingo, no fim de tarde, enquanto nos amávamos loucamente no sofá vermelho. Tinha gosto de saudade, ao passo de que ele nunca mais voltaria - era o último suspiro daquele, ainda, ele. Usava só cuecas - às vezes nada - e se sentia a vontade ao meu lado: eu, idem. Às vezes vem uma ponta de nostalgia daquela tarde, só daquele domingo maldito, quando sua nuca exalava um cheiro que impregnou minhas roupas. Queimei tudo, em um longo e sonoro: "adeus".
Ao som de "Odeio", do Caetano, para ressaltar o clichê.