Violência: Protesto contra aumento do Transcol deixa dez estudantes feridos
Estudantes capixabas fecharam a avenida Fernando Ferrari, em frente à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no final desta tarde (19), após o Conselho Tarifário aprovar o reajuste das tarifas do Transcol. A tropa de choque foi chamada para conter a manifestação e, para liberar o trânsito, atirou balas de borracha nos estudantes e jogou bombas de gás lacrimogêneo, deixando dez feridos. As tarifas foram reajustadas para R$ 1,90, nas linhas troncais e R$ 1,60, nas linhas alimentadoras. O novo valor entra em vigor a partir de 0h desta quarta-feira (20).Quando os policiais atiraram, alguns estudantes chegaram a reagir jogando pedras. Os estudantes foram obrigados a recuar e se concentraram do lado de dentro do portão central da Ufes e a tropa de choque do lado de fora. Como a área é federal, os policiais não podem agir dentro da universidade, mas, segundo relato dos estudantes, mesmo depois deles estarem do lado de dentro dos portões, a polícia continuou a atirar e chegou a jogar bombas dentro da Ufes. O assessor de comunicação da universidade, Luiz Vital, disse que eles só atiraram porque os alunos correram para dentro do campus e a vigilância da Ufes fechou os portões para evitar um confronto direto. Vital acrescentou ainda que a vigilância irá entregar um relatório para o reitor nesta quarta (20) sobre o episódio.
Foto: Vitor Lopes
Dez estudantes ficaram feridos e foram levados para o Hospital Universitário, de acordo com Vital. Um deles foi o estudante da Ufes, Adriano Neves (foto), que levou três tiros de balas de borracha nas costas, que chegaram a perfurar a sua camisa. Duas estudantes que participavam da manifestação foram atingidas nas pernas, entre elas a presidente da União dos Estudantes Secundaristas do Espírito Santo (Ueses), Késia Silveira Ferreira, e tiveram ferimento leves.A manifestação começou por volta das 17h, logo após os representantes dos estudantes no Conselho tarifário terem retornado à universidade. Os estudantes passaram de sala em sala, e num movimento espontâneo os alunos deixaram as salas e foram para a frente da Ufes. Eles fecharam as duas pistas da avenida Fernando Ferrari, por mais de trinta minutos.O trânsito foi liberado somente por volta das 18h, após a tropa de choque ter atirado contra os estudantes. Eles protestavam contra a decisão do Conselho Tarifário, que definiu o reajuste das tarifas do Transcol para R$ 1,90 e R$ 1,60, em reunião convocada às pressas para às 15h, após suspensão da votação do reajuste nesta manhã (19), após uma chuva de ovos e manifestação de estudantes contra o aumento das passagens.A presidente da União dos Estudantes Secundaristas do Espírito Santo (Ueses), Késia Silveira Ferreira, participou da manifestação e disse que "os estudantes querem a revogação da decisão do Conselho". Entretanto, o diretor-presidente da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV), Marcelo Ferraz, afirmou que "a decisão quanto ao aumento da tarifa é irreversível". Ferraz disse ainda que o governo trocou tarifa por emprego. Segundo ele, o aumento da tarifa foi justificado pela decisão do Tribunal Regional do Trabalho, que determinou aumento de salário para os rodoviários e o fim da intra-jornada, que teve como conseqüência a necessidade de contratação de 648 novos funcionários.Os dois representantes sindicais que estiverem junto com os estudantes pela manhã, José Carlos Pigatti (CUT) e Luiz Carlos Rangel (Força Sindical), não comparecem à reunião realizada na tarde desta Terça, às 15 horas, que foi convocada também no início da tarde (13h). Convocados às pressas, os estudantes comparecerem e votaram pelo congelamento das tarifas atuais, voto acompanhado pelos movimentos populares. O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros (Setpes) votou pela sua proposta que previa reajuste para R$ 2,30 e R$ 1,90. Os outros participantes aceitaram a proposta da Ceturb-GV, que foi aprovada.O último reajuste das tarifas do Transcol foi em janeiro e o valor foi reajustado de R$ 1,70 para R$ 1,80 nas linhas troncais e de R$ 1,40 para R$ 1,50 nas alimentadoras. Nova confusãoApós a avenida ter sido liberada e os estudantes estarem reunidos dentro da Ufes, uma viatura da Polícia Militar tentou entrar no campus, o que é proibido em área federal. Alguns estudantes atiraram pedras contra a viatura e os policiais reagiram atirando para o alto. Os estudantes marcaram uma reunião para esta quarta (20), às 18h, em frente ao Teatro Universitário da Ufes. Com apoio de movimentos sociais e sindicais, eles pretendem mobilizar a população para a realização de uma passeata contra o aumento das passagens.
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2005/julho/19/index.asp
hipocrisia é: dizer na mesma frase que "estudantes só querem bagunça e perder aula" e "alguém tem que reclamar pelo aumento né". ou até mesmo "ah, essa passagem está muito cara" e ficar em casa chupando dedo.
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